• Ponto Pensado

Quando percebi que grande parte de minhas inquietudes e indignações nem sempre eram problemas meus e que é bobagem querer mudar os outros, do contrário eu poderia mudar a forma de encarar as coisas, aprendi a ser feliz. Isso se chama maturidade. Às vezes -muitas vezes- o problema não está propriamente nos outros, está em nós mesmos, no valor e na importância que damos a cada coisa.  Quem se importa muito com o jardim do vizinho, acaba por deixar morrer as rosas do seu próprio jardim.  Que possamos cultivar as rosas do nosso jardim interior e também possamos permitir aos que estão ao nosso redor cultivarem as suas próprias flores, sejam rosas, lírios ou margaridas.

Hoje foi dia de poda aqui em casa e ao podar as roseiras, feri minhas mãos em alguns de seus espinhos. Terminada as podas, ao lavar as mãos pude sentir o incômodo ardor dos cortes que os espinhos das roseiras me causaram. Inevitavelmente este ardor me levou a uma reflexão: Quantas vezes somos mal interpretados ao tentarmos ajudar alguém que amamos? Quantas vezes ferimos as pessoas que nos amam por não enxergar que elas querem apenas ajudar? Nossa transformação depende muito das "podas", para florescermos e também poder espalhar aos outros o quanto essas podas são necessárias. Confesso que eu sofro todas as vezes que preciso fazer a poda nas plantas, com dó. Assim como quando precisamos "corrigir" alguém. Mas inevitavelmente é preciso.  Você já viu uma roseira alguns meses depois de podada? Cheia de brotos, de novas folhas verdinhas e brilhantes, ao tempo que a roseira sem poda só tem tamanho, seca, fosca. Viva, mas dificilmente chegará a florescer. Neste